Wednesday, December 2, 2009

Encontro

No ponto de ônibus, Pedro espera o 362. Outro ônibus chega. A porta se abre e desce Maria. Olhares são trocados e cresce um sorriso no rosto de ambos, que se aproximam e se cumprimentam. Maria então se desculpa e sai, sem perceber que deixara seu celular cair. Pedro o recolhe e o guarda em sua casa, sem querer perdendo o chip...

Saturday, October 31, 2009

Feliz Aniversário - Conto Encenado

Bicicleta

O Sol bateu na cortina do quarto. O calor me acordou e logo me levantei. Este domingo, como todos, escovei os dentes e comi uma torrada com manteiga enquanto olhava fixamente o mato alto no meu quintal revolto com o vento. Levanto e toco na suja e quente maçaneta. O Sol bate forte neste lado da casa. Quando toco o gramado, já não sinto mais o forte cheiro do campo que outrora havia sentido de maneira tão intensa. Me viro e observo o foco de minha saída de casa. Minha bicicleta.

Todos os domingos de manhã eu dava a mesma volta de bicicleta pela cidade. O frescor do vento batendo no meu rosto ainda me trazia a tranqüilidade que antes não me era tão comum. Hoje não ia ser diferente.

O asfalto amarelado pelo pó do trigo moído por perto da cidade me trouxe uma tranqüilidade que somente uma foto antiga pode trazer. O pedalar, antes duro e doído pelas engrenagens antigas da minha bicicleta agora não é mais pesado. Assim que eu vi a mercearia da cidade aberta, parei.

O dono me cumprimenta com o típico sorriso amarelo. Me aproximo de uma pêra amarela, madura no ponto certo. O perfume dela já não me encanta mais como antes, mas como todos os domingos, eu deixo algumas moedas no balcão e a levo para um passeio na cidade comigo.

Entre uma mordida e outra observo a paisagem a minha volta. Tomo a direita na Rua Treze de Maio. Enfim chego a meu ponto preferido da cidade: a parede.

A parede não é nada mais do que uma parede de tijolos antigos que fecha a Rua Treze de Maio. Não paro de pedalar por um segundo e então quando a roda da frente toca a parede, me vejo num rio, onde as margens são decoradas com milhares de nuvens de cor verde, com seu particular cheiro de tangerinas. A água abaixo de mim corre em dois sentidos opostos ao mesmo tempo, criando incríveis tornados de onde brotam lindos girassóis que me abraçam durante a jornada. Quando olho adiante, vejo o Sol, agora tão perto que quase o posso tocar. A linha do horizonte agora está abaixo dos meus pés e vejo o portão de casa.

O portão, como sempre, está enferrujado e apenas encostado. Um toque de leve e ele se abre, deixo minha bicicleta em seu canto típico e entro em minha casa. Vou até minha cozinha, sento-me em uma das cadeiras da mesa e olho. Olhava fixamente o mato alto no meu quintal revolto com o vento. Mais uma vez, hoje, é manhã de domingo.